3 de setembro de 2013 gabrielestevam

Brasil – “o país da água”

É alarmante saber que nossas futuras gerações serão diretamente prejudicadas por nossa incompetência e irresponsabilidade de manejar o uso sustentável de nossos recursos hídricos.

É alarmante saber que nossas futuras gerações serão diretamente prejudicadas por nossa incompetência e irresponsabilidade de manejar o uso sustentável de nossos recursos hídricos, principalmente através da falta de conscientização e má distribuição, fator que resultará na perpetuação da desigualdade social e miséria no planeta.

Apesar de o Brasil ter a maior concentração de água doce do planeta, ela encontra-se totalmente mal distribuída. Um exemplo é a Amazônia, que apresenta as menores concentrações populacionais, porém, possui aproximadamente 70% do total de água doce do país. Enquanto a região sudeste onde há a maior concentração populacional tem disponível apenas cerca de 6% do total de água.

Coleta de amostra de água em rio contaminado para análise
Coleta de amostra de água em rio contaminado para análise

A falta de racionalidade e fiscalização em diversos setores do consumo doméstico, industrial e até mesmo rural, faz com que o desperdício e a poluição colaborem com a degradação dos recursos hídricos do país. Segundo a ONU os seres humanos não precisam de mais do que cem litros por dia, mas a média no Brasil é de 150 litros. Em São Paulo é de 221; no Rio de Janeiro, 226; em Vitória, 236, e, em bairros nobres da capital de São Paulo, o consumo ultrapassa os 400 litros.

Não obstante, a escassez da água potável em certas regiões do país, como a região nordestina, está diretamente ligada à desigualdade social e à miséria, pois sem a água essas pessoas que ali residem não têm condições alguma de desenvolverem algum tipo de agricultura para sua sobrevivência, por consequência da seca. Ficando à mercê da distribuição de água através dos caminhões pipas.

Com a problemática da atual situação e má gestão do bem mais precioso para a sobrevivência da espécie – a água – tornam-se necessárias medidas locais e globais para preservar a pequena quantidade de água potável que ainda resta em nosso planeta.

Coleta de amostra de água no Rio da Avó, em São Vicente/SP
Coleta de amostra de água no Rio da Avó, em São Vicente/SP

Assim, é totalmente inaceitável que nosso país que tem o maior recurso hídrico do mundo muitas pessoas desperdicem e passem sede e fome vítimas da má distribuição de água. E que o governo pare de tomar medidas paliativas como o abastecimento por caminhões pipas e distribuição de cestas básicas e reaproveite todo o dinheiro que já foi gasto com a transposição do Rio São Francisco e retome o projeto de forma que seja possível conciliar o menor impacto negativo com o curso e vazão natural do rio e atenda de forma eficaz as milhares de pessoas da região nordestina que estão passando fome e sede.

Por fim, deixo uma preciosa mensagem do grande Antônio Ermírio de Moraes: “A água é um bem muito precioso. Temos de preservá-lo e também defendê-lo, pois não estamos livres da cobiça dos países ricos e bélicos. Hoje é o petróleo. Amanhã poderá ser a água. Hoje é o deserto do Oriente Médio. Amanhã poderá ser a bacia amazônica”.