26 de maio de 2020 gabrielestevam

A nova moda contra o coronavírus: máscara de grafeno made in Brazil

Equipe de pesquisadores está desenvolvendo uma máscara ultra fina capaz de absorver - com 99,9% eficácia - microrganismos, tais como bactérias e vírus


Protótipo da máscara de óxido de grafeno: material mais resistente e leve oferece mais conforto aos usuários (Ilustração/Divulgação)

Uma equipe de pesquisadores brasileiros está desenvolvendo uma máscara ultra fina feita de óxido de grafeno capaz de absorver – com 99,9% eficácia – microrganismos, tais como bactérias e vírus, incluindo o novo coronavírus. “Trata-se de um nanomaterial leve e resistente”, afirma Gabriel Estevam Domingos, diretor de pesquisa, desenvolvimento e inovação do grupo de gestão ambiental Ambipar, que à frente do estudo. “A ideia é que traga mais conforto para os usuários e permita melhor comunicação entre as pessoas já que a máscara pode ser transparente e com design mais discreto.”

A máscara em desenvolvimento pode ter uma durabilidade maior do que as demais que são vendidas atualmente no mercado. A sugestão da equipe é que ela tenha uma vida útil de 24 horas contínuas, enquanto as demais duram até 12 horas.

O desenvolvimento da máscara já venceu o primeiro obstáculo: os pesquisadores conseguiram ter acesso à matéria-prima, o grafeno, um material oriundo do grafite. O Brasil está entre os três maiores produtores do mundo, e o material possui alto grau de pureza. Agora, a equipe está conversando com indústrias para fazer a junção de tecido não tecido com polipropileno de tal modo a criar uma base para segurar a máscara de óxido de grafeno.

Mesmo assim, ainda deve demorar cerca de seis meses até que as máscaras sejam comercializadas. Segundo Domingos, a expectativa é que o custo seja maior, pois trata-se de uma inovação que não começa já de largada em grande escala. “Mas pode ser que consigamos linhas de fomento, o que permitiria subsidiar parte do preço”, comenta.

O especialista lembra que a máscara está sendo desenvolvida por causa da pandemia do coronavírus, mas pode ter outros usos, como filtrar gás carbônico, por exemplo. Isso porque apresenta resistência mecânica, térmica e química, permitindo sua utilização na área da saúde, defesa civil, de saneamento, de descontaminação de ambientes. “É importante estarmos na vanguarda das máscaras, porque corre o risco de a China importar o grafeno brasileiro e exportar para cá as máscaras, como acontece com demais commodities”, diz.

Fonte: https://exame.com/tecnologia/a-nova-moda-contra-o-coronavirus-mascara-de-grafeno-made-in-brazil/